Vez ou outra sou obrigada ao ócio. E hoje de manhã foi assim. A cidade toda sem internet e eu obrigada a ficar longe da mesa de trabalho. E nesses momentos em que não planejo o ócio, sinto-me bastante estranha. Verdadeiramente perdida. O termo que usei para me definir 'uma dona perfeitinha certinha' me vem mais evidente em momentos em que sou obrigada a improvisar, deixar a lista de coisas a se fazer do lado e reinventar. Sou boa em reinventar, mas levo um tempo maior que o normal quando sou pega de surpresa. Então, pela manhã, fui ficar junto à minha pequena. Lemos alguns livrinhos e revistinhas em quadrinhos, assistimos pela quadragésima vez em dois dias o filme 'Monstros S.A.', rolamos no colchão, brincamos de esconder debaixo do edredon... Mas e as unhas, hidratação dos cabelos, sobrancelhas por fazer?

Ah! Veja como ainda me perturbam essas 'obrigações' femininas que tanto preciso, mas das quais estou fugindo há algum tempinho... Não vou usar meu tempo de ócio obrigatório pra essas coisinhas não, por mais que minha mente insista em me dizer que estou precisando ter um banho de glamour.

Queria eu saber o segredo do ócio... Pois ele de certa forma nos faz bem, mas depois enche-nos de peso na consciência por não o ter aproveitado devidamente. Mas será mesmo que o ócio tem que ser levado tão a sério assim? Me conta aí que que tu faz em momentos de ócio... só não vale responder nada! Por que mesmo o nada é algo como dormir, ler, comer, rezar... Me conta, vai?

Acho que eu deveria terminar de ler aquele livrinho... como se chama mesmo? ... 'O ócio criativo'