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O poder de compra e a falta dele - sabemos lidar?

by - agosto 18, 2010

A  vida hoje gira em torno de confortos, não acham? Estamos sempre buscando o que há de novidade no mercado que possa nos deixar mais confortáveis. E pra isso trabalhamos. Tem dias que trabalhamos tanto que ficamos sem energia pra aproveitar tantos confortos que tanto nos empenhamos em ter. Mas o 'ter', por si só, já conforta muitas almas modernas que não sabem viver de outra forma. Você é sócio do clube mais bam bam bam. Não tem tempo de ir, mas é sócio. Você tem o pacote mais caro da SKY. Não assiste, mas sabe que se seus canais favoritos (que por acaso fazem parte de um pacote mais barato) algum dia lhe parecerem desinteressantes, poderá zapear. Você tem 3 linhas de telefone em casa só pra dar mais privacidade pra você e para seus filhos, estes que nem ficam em casa tanto tempo mais! Você tem um BMW e vai pro trabalho todos os dias com ele, mas na hora de estacionar ou dar as chaves pro manobrista, sempre se arrepende e pensa: 'Por que eu não vim com meu golzinho?'. Mas tem que manter a imagem.
E manter a imagem custa caro. E não é só quem pode mesmo mantê-la como os dos exemplos que citei acima é que pagam caro pela imagem. A desigualdade social é grande, mas tanto pobres como ricos querem passar uma certa imagem 'comprada'. Seja com o celular, a bolsa ou o carro. A classificação e o valor dos produtos que emprestam a 'imagem' à pessoa varia de acordo com sua classificação social, mas todos somos influenciados pelos 'desejos de consumo', pela 'grama do vizinho', pelo poder do dinheiro. O interessante é que algumas pessoas sabem lidar bem com essas influências. Outras pessoas nem tanto. Outras são totalmente influenciadas, quase que mandadas e são capazes até de comprar coisas sem ter dinheiro pra pagar. Tem quem roube também e esse é outro grande problema da desigualdade ou mesmo da ganância exagerada ou de doenças psicológicas.

Ontem, na postagem sobre o aumento do poder de compra dos brasileiros em Nova Iorque, fiquei pensando em quem não sabe lidar com o fato de não poder ter o mesmo que o amigo, ou o mesmo que o vizinho ou não poder ter aquilo que um desconhecido qualquer tem. E como a desigualdade social é enorme no Brasil, sentimentos assim devem existir aos montes. É triste não saber lidar porque provavelmente o sentimento do querer e não poder nesses casos se transformam em sentimentos de querer subtrair do outro, querer punir o outro com violência, querer culpar o outro por sua situação. Já quem sabe lidar com o sentimento vai buscar formas e oportunidades de estudo e trabalho para um consequente poder de compra almejado ou vai se acomodar conformado. Quem sabe lidar mais ou menos, de vez em quando vai se endividar, outras vezes vai se recolher, provavelmente vai viver num ciclo vicioso, querendo passar uma imagem que não pode manter, mas faz questão de mostrar como se pudesse. Nessa classificação entra um número grande de pessoas que se endividam com coisas que não entram no quesido 'necessidade', pois viver só com o necessário hoje é encarado como vergonhoso pra muitos - o que é um pensamento ridículo. Tem uma personagem interpretada por Thaila Ayala na novela Tititi que tem dado o que falar nesse sentido. Nenhum emprego é bom o suficiente pra ela, ou seja, não chegam 'à altura dela', e ela continua querendo 'comprar' e manter uma certa imagem de madame. Duvido que os meios serão admiráveis.

Admirável é ver pessoas fazendo a diferença no seu trabalho, seja ele de manicure, garçom, advogado ou empresário. É vê-los fazer o melhor trabalho possível e ver que recebem o merecido e então passam a poder fazer a diferença com seu poder de compra. Eu tenho a maior admiração por quem trabalha e usufrui do resultado dele. Não gosto é de pessoas que se acham, não fazem nada e ainda tiram onda. É bonito ver como alguém melhorou de vida ou como alguém sempre foi rico, mas merecidamente. Ainda bem que eu sei lidar muito bem com essa questão do querer e não poder porque cá pra nós, meninas, quem não quer ter as roupas, bolsas e sapatos mais caros desse mundo? Nessa blogosfera, os 'objetos de desejo' mais desejados estão por todos os lados, rs. Eu também quero, mas não posso. O dia que eu  puder comprar uma dessas bolsas lindas e caríssimas, por exemplo, sem estar abrindo mão de coisas mais importantes pra mim e pra minha família, vou ter. Acho legal quem pode ter, tem aos montes e usa. Só não gosto de ver quem não pode, está cheio de dívidas nas costas, mas vira e mexe vem ostentar 'novidades'. Ou quem pode ter e é o cara chato que adora ostentar tudo, falando de dinheiro o tempo todo e mostrando que PODE! Não gosto mesmo. Tais companhias me enjoam.

Essa assunto dá 'pano pra manga' como diz uma amiga querida da blogosfera. Diz aí o que você pensa, vai!


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6 comments

  1. E isso ai...eu como já estou mais espiritualizada(porém não muito),não ando mais tão preocupada quanto estava ficando para mostrar o que tenho,compro,ganho.E claro gosto de falar de amenidades,fazer graça,mas de uns seis anos pra cá eu já não tenho mais vontade de comprar ou guardar nada caro e portanto impossivel de usar.Antes eu tinha prazer em ganhar uma joia...agora eu tenho medo de usar e portanto não acho graça em ter já que ficara guardada,eu adoraria ter um carro do ano...grande coisa....pra ser sequestrada,pra dizer a verdade vou e volto a pé quando e próximo,não ostento nada de marca(veja só)nem bolsa uso mais pra sair,vou com uma sacolinha de papel,plástico,tecido....tô nem ai....não gosto de contar quando ganho algo bom e a única coisa que uso e tenho prazer de ter são perfumes bons,pois quem vai roubar o cheirinho....
    E chato dizer,mas eu digo e repito...não adianta tratar com toda a atenção e cuidado uma pessoa que se veste maravilhosamente bem,quem tem... não mostra...paga a conta e vai embora....
    Beijinhos
    Deusa
    vasinhos coloridos

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  2. Oi Talita!
    Realmente, querer nem sempre é poder, devemos entender isso, e quando temos filhos, passar irsso pra eles.

    Bjs

    Joana Campos

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  3. olá Talita!

    não podemos esquecer que a vida tem altos e baixos....hoje vivo com o necessário e não me envergonho disso.
    beijos

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  4. Status é comprar aquilo que você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para mostrar para quem você não conhece.
    Tô fora!
    bjos

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  5. Oi, Talita!!!! Saudaes de vc lá no bloguito. Que bom que reapareceu!!!! Adorei esse seu último post e adoro quando vc aborda esses temas mais reflexivos!

    Por exemplo, imagine se eu for morrer de inveja de vc com seus 604 seguidores e eu lá com meus 9 que não saem dos 9 por nada no mundo, kkkk. Eu estaria perdidíssima, rs!!!!

    Bj, Rê

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  6. Oi, Deusa,
    Depoimento interessante ees seu. E as coisas na vida tem se desenrolado assim mesmo, não é? E quanto mais aprendemos sobre a vida, menos importância damos à imagem que o outro tem da gente. Queremos aproveitar e ter o melhor de tudo, mas desde que não nos deixe expostos a perigos.

    Oi, Joana,
    Temos que estar atentos a ensinar sem desmotivar nossas crianças, né?

    Oi, Ninive,
    É estranho pensar o que leva alguém a sentir vergonha! Mas algumas fingem mesmo uma imagem que parece mais infeliz que feliz e conseguem afundar num problema gigante. Não temos mesmo do que nos envergonhar do quanto ganhamos, o que importa é sermos pessoas de bom coração.

    Tânia,
    Adorei! E isso parece uma burrice, rs. Quem quer status, afinal? Rs. Também tô fora!

    Oi, Rê,
    Imagino que em pouco tempo poderá me ultrapassar em seguidores, rs, porque você fascina com sua escrita. Às vezes páro pra pensar sobre meus leitores do blog.é sempre uma surpresa quando chega alguém novo e sempre me dá saudade também de saber sobre leitores antigos.

    Beijos,
    Talita.

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