Quando fui morar na Nova Zelândia me assustei com o fato de todos aos 16 anos já estarem dirigindo pra todo lado e mais ainda pelo fato de lá dirigirem do lado esquerdo da estrada, a famosa mão inglesa. Será que eu conseguiria adaptar minha mente para dirigir do lado contrário que estou acostumada? Dizem que a Suécia, ao trocar oficialmente a mão inglesa pela outra, fez isso às 11h30 da manhã, como um ritual de passagem, quando todos os carros deixaram o lado esquerdo das ruas e estradas e começaram a dirigir pela direita, tudo para que não se esquecessem da nova norma. Algo como casar na igreja pra não esquecer que já não é mais solteiro. Estranha a comparação? Acho que não. Rituais de passagem são sempre estranhos, mas importantes, na minha opinião. Gostei do que fizeram.

Acho que todos os países que foram colônia do Reino Unido, uns 75 ao todo, adotaram a mão inglesa quando surgiram os carros, mas, aos poucos, talvez por influencia dos Estados Unidos, do mercado automobilístico, entre outras razões que não imagino mas que devam existir, mudaram pro mesmo que nós brasileiros sempre utilizamos, dirigir do lado direito da estrada e ter volantes do lado esquerdo do carro.

Ainda hoje, além do Reino Unido, Cingapura, Nova Zelândia, Austrália, Índia, Malásia e Japão utilizam a mão inglesa (só o Japão não foi colônia da Inglaterra!). Dizem que os EUA, apesar de ter sido colônia do Reino Unido, nunca adotou a mão inglesa talvez pelo fato de querer enfatizar sua independência, mas talvez também pelo fato de antes dos carros surgirem, o cocheiro que guiava as carroças sentava-se em um dos cavalos da esquerda para ter uma visão melhor da estrada.

Já na Europa, o costume dos duelos, antes da existência dos carros, faziam com que os cavaleiros preferissem andar do lado esquerdo da estrada para manter em punho a espada. Assim, por tradição, os carros, quando surgiram, mantiveram a regra de direção.