Que vontade que estou de ler as palavras mais lindas,
De buscá-las longe nas trilhas.
Voltar ao tempo em que 11 anos tinha e costumava andar sozinha;
feito menina crescida;
às margens de um riacho que de nome não me lembro;
mas cuja trilha caminhei tantas vezes quanto a infância permitia.
Meu nome naquele tempo era 'menina'.
As trilhas daquela idade são cheias de graça, pois quase tudo parece ser 'proibido'.
Desbravava o mar se preciso;
Com a coragem que só quem não conhece os perigos pode ter.
Eu tinha.
Desconhecia todos os perigos. Completamente.
Cresci e as trilhas se complicaram.
Continuava desconhecendo os perigos.
Por isso tantos apertos passei.
E por conta deles já não encaro qualquer trilha.
Prefiro as mais seguras, sempre!
Não me aventuro em outra nem se guiada.
Sou mineira.
Desconfiada.
Aqui! [Sim, fiz sinal de banana!]

Ah! Quantas trilhas ainda por conhecer...
Essas que hoje estão me pipocando as ideias.
Como se lindas palavras estivessem à minha espera.
Palavras me guiam, deixa-me dizer.
Por isso as procuro todo o tempo.
Incansável que sou.
Trilha a trilha.
E não é uma loucura, pois elas realmente aparecem.
Me presenteiam, me fazem sorrir, me trazem lembranças boas.


Se essa trilha por que caminho agora fosse minha, a ela daria um nome:
Palavra,
Digo,
Palavrinha.
Pois é pequena. Pequenina.
Mas que vista!
Precisaria de muitas páginas para descrever a Palavrinha.

Tenho as páginas, mas não tenho o tempo.
Então penso.
Rapidamente.
E me decido por escrever apenas isso:
Palavrinha que tantos sorrisos me trouxe ao olhar.
À direita vejo um vasto campo verde.
À esquerda me permitem espiar um casebre onde duas crianças correm felizes.
Ao colo sinto o cheirinho do meu pequeno;
Às costas, o abraço do meu marido;
Ao toque de uma das mãos, o calor e segurança da mão da minha filha.
Olho pra todos eles e vejo que todos também sorriem.
Preciso desse amor e de cada...
Palavrinha.