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Os problemas da vida e o maior deles: a falta dela.

by - outubro 01, 2013

Hoje o dia foi assim: computador com vírus, meio de ofício intratável comigo. Eu não queria chegar perto dele e ele não queria chegar perto de mim. Ficamos de bem assim. Depois que precisei mesmo, não podia mais evitá-lo, cheguei e descobri outros problemas incríveis que me farão passar dias aqui ajustando. Tudo bem, já passei por piores situações.

A verdade é que não posso negar que estou num momento complicado em muitas áreas - essa descrição acima serve pra várias delas - e se eu ficar parada, andam pra trás os progressos que fiz. Com você e com todo mundo é da mesma forma, então fiquemos atentos! Nada de deixar o tempo acabar com o que já estávamos 'quase conseguindo'. Você me entende.

Mas como hoje estou precisando ser eu mesma, tagarelar pra quem quiser me ouvir, dar conselho ou passar a mão na minha cabeça (não gosto, mas hoje aceito), vou contar algumas loucuras do meu momento. Na sexta-feira, aconteceu que a minha empregada doméstica me pediu demissão e não cumpriria o aviso prévio. Sorte dela que ainda estávamos em período de experiência (porque nesse caso ela não precisa mesmo cumprir ou me pagar o aviso). E mais sorte ainda é que gosto dela, se não gostasse o tanto que gosto, teria, obviamente ficado muito chateada. E aí paro pra pensar que tenho sorte apesar dos tremendos azares com empregadas domésticas por que passei esse ano. Tenho sorte de já ter aprendido muito com a vida. Tenho sorte de ser a pessoa boa que sou. Tenho sorte de ser boa patroa também. Tenho sorte de não precisar, mas poder ter uma ajudante em casa. Tenho sorte de sempre dar conta da trabalheira que é manter o equilíbrio de uma casa. Claro que infelizmente não dá pra ter tudo e quando esses 'azares' dão parte na minha vida, o setor do 'trabalho' que no meu caso é eventual (junta o blog e outros escritos e projetos lindos em andamento!)... bem, esses sofrem interrupções, intervalos, eita... olha o tempo não colaborando e querendo deixá-los andar pra trás! Mas dessa vez farei diferente, continuarei priorizando a família, mas não deixarei nada andar pra trás. Tem meios de ir adaptando. É aquela história: não tanto quanto gostaria, mas tanto quanto posso hoje. Pode não ir pra frente, mas pra trás não anda, rs!

Voltando à sexta: viajamos pensando em comemorar o aniversário do meu sobrinho e afilhado. Infelizmente as coisas não transcorreram tão alegres quanto eu desejava. Ao velório do meu avô. Vô que conheci pouco na infância, que mais me identifiquei já na fase adulta. Ele já não tinha preocupações e essas começavam pra mim. Mas era ele alegre e inteligente. Discutíamos política e o que fosse a última leitura do dia. Chegou ele a acolher minha filha no colo e a brincar com ela. Quando meu filho nasceu, já não era ele alguém que conversava. Levamos o bisneto para tentar distrair-lhe a rotina já monótona, mas apenas os passarinhos à volta desviavam seu olhar. Imagino que já estava ele fugido de seu corpo e em companhia de quem realmente lhe podia fazer-lhe um bem. Então no sábado não olhei para seu corpo sem vida. Respeito as minhas boas imagens dele. Respeito a vida que ele teve. E me respeito, pois sei que sou fraca pra isso. Guardar a imagem dele ali não me faria bem, prefiro as imagens anteriores já registradas. E eis que não há como depois de um velório, não refletirmos sobre a vida e a morte. E quanto à vida e suas escolhas, nem sempre conseguimos o que queremos. Queria muito, por exemplo, no velório do meu avô, reencontrar alguns primos, muito queridos, que de longe chegavam para o enterro, mas infelizmente não realizei o intento. As crianças estavam quase no seu limite, havia ainda o bolo de parabéns do meu sobrinho e uma promessa que tinha feito a minha filha. Tudo isso podia ser contornado? Podia! Mas escolhas são escolhas. E tudo tem a ver com sentimentos. Sozinha eu não quero estar. Sozinha eu não quero morrer. Um dia ainda consigo arrastar minha família pra dar um abraço carinhoso nesses primos que em comum perdemos um dos maiores elos de sangue.

E o domingo foi só chuva. A volta pra casa nos revelou outras histórias muito tristes. Velórios para outras famílias. A estrada esteve cruel.

Pra que serve gente querida? Serve pra sentirmos saudades delas. O triste é quando a saudade é eterna e a grande alegria é quando sabemos que ela pode ser velada a qualquer tempo. Pra essa não me importaria em olhar, afinal, ela nunca será enterrada... está sempre num balanço, num vai e vem... 

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4 comments

  1. Gosto muito de ler o que você escreve, simplesmente me da um interesse enorme em ler!
    Meus sentimentos pelo seu avô!
    Recentemente perdi um Tio, sei bem como é esse momento, e não foi apenas após o velório que eu fiquei pensando sobre a vida e a morte, mas até hoje fico pensando, é algo muito complexo!
    E isso é um dos meus problemas, pensar muito!
    Enfim, escrever me ajuda e no momento meio que superei essa perda!
    Espero que você tenha superado também, sei que não é fácil!


    http://opiniao---propria.blogspot.com.br/

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  2. Oi, Talita! Que belas palavras, tristes, mas muito belas... Sinto pelo seu avô. É sempre muito triste momentos com este, óbvio, porém como não tem como escapar deles, que pelo menos tiremos reflexões e algum ensinamento, como você fez muito bem. Um beijo e não vamos deixar nada andar pra trás.

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  3. É isso ai, Talita, acho muito bonito como vc prioriza a família e ainda assim tem conseguido voltar com blog. Que Deus te abençoe e dê força sempre. Taluta

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