Querer bem, fazer o bem, permitir-se ser um bom amigo
Relacionar-se é complicado. Diferenças de opiniões, de atitudes, de religiões, tudo culminando pra divergências e conflitos. O grande segredo, entretanto, não é relacionar-se com pessoas iguais a você, o grande segredo é respeitar as diferenças, porque respeito gera admiração. E admiração gera amizades.
Cá entre nós, conviver com pessoas muito iguaizinhas é meio monótono. A graça está em aprender a gostar do outro tal qual ele é. Trocar opiniões e complementar ideias. Divertir-se entre amigos exige em parte esforço, mas principalmente ausência de preconceitos injustos. Julgar o outro que é diferente da gente é tão fácil! Mas injusto também! Julgar fatos ocorridos é uma coisa, julgar 'malvadamente' pessoas simplesmente por serem pobres ou ricas, católicas ou do candomblé, com um emprego de status ou desempregadas, moradoras do bairro X ou do Y ou mesmo pelo seu estilo ao vestir-se, ou outras tantas diferenças que podemos listar infinitamente é outra coisa bem diferente e também bem triste! O que tenho observado no mundo à minha volta é que as pessoas julgam muito os outros e não apenas suas atitudes. Algumas religiões, ou talvez todas, tem inclusive, em seus templos e igrejas, pregado que ser diferente é errado. Tem crianças já atordoadas e que apontam seus dedos aos coleguinhas dizendo 'isso não é coisa de Deus' e, normalmente, essa 'coisa' simplesmente indica uma diferença de religião ou de gosto musical, por exemplo, e, normalmente, é algo alegre, divertido. Preocupo-me com essas crianças que estão crescendo com um grande sofrimento, com um grande conflito em ver algo legal que gostariam de participar ou ter pra si ou simplesmente admirar, mas que suas igrejas dizem não ser 'coisa de Deus'. Elas estão crescendo arrogantes, se achando melhor que as outras, mas internamente não estão construindo uma personalidade sadia. A autoestima delas é bamba e frágil e estão afastando os amiguinhos. Deus infelizmente não é um só hoje em dia. O Deus de alguns é melhor que o Deus de outros e isso é vergonhoso!
Enquanto nos preocupamos com essas crianças, devemos também nos preocupar com o que nós adultos carregamos de excesso de preconceitos que nos afastam de aprofundar um relacionamento, uma amizade. Viver superficialmente torna as pessoas taciturnas, reclamonas. Está reclamando de muita coisa? Talvez seja hora de voltar o dedo apontado pro outro para si mesmo. E isso não é vergonhoso! Pelo contrário, é incrivelmente corajoso e um ato bonito, além claro de ser o maior ato de amor próprio. Não há como ser feliz se não conhecer seus próprios defeitos e então procurar corrigi-los. E verá como viver pelo que está no seu coração, fazendo o bem, colocando-se no lugar do outro, e sendo o que sempre quis ser, fará um bem enorme a você. Além disso, isso sim é coisa de Deus. O Deus que cada um de nós precisa, o Deus que prega amor, carinho, que prega que ninguém é errado por gostar disso mais do que daquilo, desde que sejam pessoas boas e não façam ou queiram mal a ninguém. Esse Deus é de todos e é nele que todos deveriam crer!
2 comments
Cara Talita, é isso aí! Foi assertiva sua crônica. Não acredito ser bom algo que gera conflito com próximo, parentes, colegas de trabalho etc, a ponto de convencionar o(s) outro(s) disso ou aquilo por não abraçarem as mesmas idéias.
ResponderExcluirbeijo grande.
Olá Talita aqui me encontro novamente comentando uma postagem sua...
ResponderExcluirQuando no texto foi dito que as crianças costumam apontar e dizer "Isso não é coisa de Deus", imediatamente lembrei-me do meu irmão que outro dia ao chegar em casa contou que na escola estavam cantando "A Lelek Lek" e outras músicas que nem funk era, ou qualquer outra coisa o colega logo dizia que 'não era coisa de Deus'.
Infelizmente estamos num mundo assim, onde as pessoas só sabem julgar!
Abraços.
http://opiniao---propria.blogspot.com.br/
Temos o poder de escolher fazer com amor, todo dia! Por favor, entre em contato comigo através do canal YouTube.com/@talitacavalcante