Adoro a forma como esse autor escreve. Sou encantada por sua maestria em colocar num texto, passado, presente e futuro, mas nunca na ordem esperada, e, na verdade, sem uma ordem qualquer e ainda assim nos prender profundamente à leitura, nos encantar com essas esquinas em que num momento estamos no tempo presente (que achamos ser o tempo presente do livro - mas vamos descobrir mais adiante que o futuro é na verdade o presente) e então nos depararmos num seguinte parágrafo com um passado remoto. A leitura corre envolvida sempre também por fatos muito trágicos. Histórias inventadas pelo autor, mas que muito provavelmente poderiam ter sido mesmo reais, tamanho o contexto e ambientações verídicas (não que todas elas sejam, mas a maioria!), formando um conjunto harmonioso.

Essa foi a primeira história do autor que li sem derramar lágrimas contínuas. É seu último lançamento, pelo que sei, e o recomendaria como uma primeira leitura do autor para quem ainda não o conhece. Em seguida, 'O caçador de pipas' e então 'A cidade do sol'.

Em 'Silêncio das montanhas', várias vidas afetadas por uma decisão tomada em momento de desespero de um pai. Quem dirá certa ou errada sua decisão? Conhecendo o futuro de toda a família, quem dirá errada? Mas propriamente que eu, assim como você, temos valores além dos fatos a se conhecer na história do livro. Eu, por exemplo, diria que se for pra passar fome, que passemos a família toda e junta. Mas em caso de coisas mais graves como o autor nos apresenta, em caso de risco de morte, não sei eu o que diria, o que faria. Situações de muitas tristezas e dificuldades extremas são confrontadas aqui com o equilíbrio financeiro de outros, mas juntamente com um desequilíbrio mental. Será mesmo que a infelicidade é uma predestinação? Perguntas assim passam por nossa cabeça. O valor de amizades, o valor da palavra de alguém, a falta que faz alguém querido, são algumas questões boas a se refletir com essa história, assim como a homossexualidade também abordada. Consequências de escolhas que são feitas. Escolhas e a responsabilidade delas. A infelicidade dos fracos, a felicidade dos fortes. Os dramas de vários personagens que devo dizer são todos personagens principais. Nesse livro há uma intenção em nos destacar a vida de dois irmãos afastados quando crianças, mas em meio a tudo isso vários personagens fantásticos nos são apresentados de forma profunda e envolvente.

Um livro que sugere boas reflexões para o dia em que aniversario. Hoje é o meu dia! E vou ser feliz à minha medida, sem vergonha, agradecendo por tantos 'presentes' que a vida me deu e me dá. É pra isso que estamos aqui, pra nos presentearmos com bons valores, bons projetos, ótimas realizações. Para vencermos traumas que nos foram impostos, a evoluirmos com nossas dores. A perceber que no mundo há muitas tristezas, mas que todos nós podemos ser felizes. Que todos nós devemos aprender com nossos erros. Para fazermos o bem e agradecermos por tudo de bom que temos. Para aprendermos a amar verdadeiramente, a nos permitir a alegria, a nos prestigiar com conhecimento, com boa companhia! A vida é coisa séria, gosto de dizer, e por isso mesmo deve ser vista com carinho e vivida com mente aberta a aprender, a ser melhor porque queremos ser melhores. E é isso! Quero deixar meu carinho, quero aprender com quem amo. Quero mudar pra melhor e refletir sempre! Ô leitura boa pra isso, rs.

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