(Foto: Divulgação)
A pergunta que me incomoda agora começou lá atrás, quando do 50 tons de cinza. Li o primeiro livro da série e até assisti com meu marido ao primeiro filme, já desiludida pelo livro em sua essência literária, mas motivada então por algo diferente, experiência nova como expectadora!
Mesma decepção! Gosto do calor, gosto da picância em uma história de amor. Mas aí é que a pergunta incomoda. Amor? Como posso gostar de assistir algo que burla as leis do amor, passando-se por ele?
Agressão física é incoerente com amor, por mais que pessoas sadomasoquistas queiram discordar, violência em palavras ou sofridas na pele despedaçam pedaços saudáveis do cérebro, responsável pelo equilíbrio de nossas emoções e sensações. Toda a pessoa sai ferida e já não poderá mais ter coragem para viver amor de verdade. Não vejo graça em assistir pornôs do tipo, por mais belos que sejam seus personagens.
E aí que entra o caso dos 365 dias, o filme mais assistido da Netflix nessa quarentena.
Basta ler a sinopse para entender que mais uma história de terror está se fazendo passar por história de amor: "Laura foi sequestrada por um mafioso. Agora, ela tem 365 dias para se apaixonar por ele."
A pergunta que me incomoda: "Como as pessoas podem 'gostar' ou 'sentir algo bom' frente a uma história dessa?'. Algo de errado acontece em suas vidas? É preciso baixar o nível de suas análises críticas? É preciso mesmo 'aceitar' como amor algo tão incompatível com ele?
Mas eu sei bem o motivo que levam todos em atitude de manada a tornar sucesso uma história tão psicologicamente doente:
As pessoas dão valor à beleza, muito acima do que realmente importa: sentimentos equilibrados, amor de verdade.
Triste, não é?
Mas a prova é o sucesso do filme 365 dias e a defesa dos que dele 'gostaram', em uníssono: "mas o filme é bom! No final, a personagem realmente se apaixona pelo mafioso!" (Devo bater palmas pra isso? Você realmente foi convencido sobre esse amor?).
E aí eu rebato! Quem gostou tem um valor que na minha opinião já é deturpada: coloca a beleza antes do amor em sua essência. Quer prova?
Troque os personagens! Coloque para atuar como 'o mafioso da história' um homem desleixado em sua higiene e fora dos padrões de beleza cultuados. Não precisa nem trocar a bela mocinha!
Agora me diga... o que você ia achar dessa história?
Obs.: Prefiro preservar minha segurança, continuando longe de 365 dias. Bastou a sinopse para entender que até filme resolveu usar máscara!
Eu sou Talita Cavalcante, a dona perfeitinha! E você me encontra em:
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'Depois que você se foi" (romance).