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A difícil tarefa de aprender a ser mãe e a ser pai: Parte 1 - Amor à vida

by - outubro 13, 2018

"O que deve estar no centro dos nossos afetos é que nossos filhos nunca percam o amor à vida."
Natalia Ginzburg em "As pequenas virtudes".


Nenhuma mãe e nenhum pai fazia ideia do que era tornar-se mãe e pai antes de o serem.
E entramos de cabeça na água, mergulhados por completo em meio líquido nunca antes habitado por nós. E não é como mudar de casa ou de país, mas de planeta!

Já fui dessas que defendia que não precisei mudar nada com a chegada da minha filha. Bulhufas. Basta o filho deixar de ser bebê que as coisas começam a apresentar-se mais difíceis, exigindo, impondo mudanças imediatas!

Não acho que devemos deixar o filho em casa para ir a uma festa, por exemplo. Sempre inverto a lógica das mães que pensam 'tadinho dele no meio de tanta gente e barulho'. Tenho dó é de deixar meu filho preso em casa, não vivenciando comigo toda a alegria de um bom evento. Meus filhos sempre amaram acompanhar a mim e meu marido em qualquer festa. E estávamos com o carrinho sempre disponível para eles assentarem, inclinarem-se e dormirem ali mesmo, em meio ao barulho. E sempre, os dois, faziam isso com um sorriso no rosto de terem aproveitado tanto! Até hoje são dos que mais usam as pistas de dança!
Mas levar filho a tiracolo dá trabalho, um trabalhão. Filho é sinônimo de demanda a cada segundo e nós, do lado de cá, temos que tomar decisões (se possível, as mais acertadas), a cada milésimo de segundo para nos anteciparmos e darmos conta do recado.

Não é fácil.
A tarefa de ser mãe e de ser pai é um eterno aprendizado.

E um desses aprendizados que precisamos ter logo cedo nessa jornada é sim o de aprender e o de ensinar a nossos filhos sobre o amor à vida.

É fácil demais encontrar por aí pais que, nitidamente, esqueceram-se sobre esse âmago, sobre esse valor central da educação de um filho: o de motivá-lo a cultivar o amor por sua vida. 

Que absurdo é nós pais querermos escolher o caminho a ser trilhado por um filho! Essas escolhas que determinam sua vocação, suas paixões, só podem ser feitas por eles exclusivamente e é tão difícil para alguns pais entenderem isso!

Mas entenda de vez: para cultivarmos o amor por nossa vida, precisamos verdadeiramente vivenciar tudo nela que nos agita o coração, experimentar tudo aquilo pelo qual nos apaixonamos e não apenas as paixões dos nossos pais.

Como pais também somos filhos e sabemos que é sim necessário mantermos trocas verdadeiras com nossos pais. Queremos dar isso a nossos filhos, mas é preciso entendermos o limite, o limite da corda que separa nossas paixões das deles e que, se a ultrapassamos, tiramos deles alguma paixão necessária para que acordem amando a vida.

Sei de muitos filhos que ao se tornarem adultos precisaram afastar-se de seus pais! Acontece tanto! E pais deles tanto também acontece de culparem os próprios filhos, pois são incapazes de olharem com uma reflexão verdadeira sobre seus atos que quase impediram que seus filhos vivenciassem tudo que amam na vida. De coisas simples como tocar bateria a coisas complexas como questionar a existência de Deus. Vejo pais travando batalhas em prol de suas verdades. Por vezes vencem sem perceberem que derrotar um filho é quase como tirar-lhe o amor pela vida. 

É por isso que motivar o filho a nadar, mesmo que exista o medo, é necessário. Nosso filho precisa não apenas descobrir o que ama na vida, experimentando coisas, como também precisa aprender com a gente a cuidar bem se suas vidas. Então não apenas incentivamos que eles aprendam a cuidar de si mesmos, como apoiamos tudo que eles descobrirem que amam.

Precisamos aprender essa relação íntima de apoiar o que eles querem, mas também de estimular o que eles precisam aprender para protegerem suas vidas. São trocas necessárias. Sem exigências. Com amor. A partir do momento que eles vão aprendendo a cuidar de si e aprendendo mais sobre si mesmos, vamos aprendendo com eles sobre eles e vamos aprendendo a respeitar as diferenças da gente, sem deixar de valorizar-lhes o amor que sentem, as paixões que nutrem, encontrando juntos um equilíbrio nessa miscelânea que se chama amar um filho.

(Continua)...



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