Foto daqui, de Sophia Braun, para 'muito bem' ilustrar o post.

Minha filha de 6 anos tá numa fase cheia de 'tiradas'. Só delas eu poderia encher o blog de posts. Tenho que por vezes me lembrar de fazê-lo, rs.

E, outro dia, numa festa de aniversário, dando um tempo da piscina pra comer outro pedaço do bolo, Sofia demonstrava grande habilidade com o garfo e um sorriso satisfeito de lado, ao que o papai questiona:

- Tá uma delícia esse bolo?

- Não, pai! Tá DUAS delícias!

- Kkkkkkkkk.

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Minha filha Sofia, de 5 anos, está passando por uma fase de dengo. Muito dengo. Muito não. Extremo dengo, rs. E não é por conta do irmãozinho, hoje com quase 4 meses. Ela é apaixonada pelo irmão e esse é capaz de tirá-la do dengo a qualquer hora (e acabamos usando muito esse recurso, claro!). Basta que o deixemos com ela que ela abre o sorrisão lindo que tem.

Mas voltando à fase dengosa, essa a domina com um 'choramingo' sem razão que nos fez começar lições tipo de Poliana para que ela consiga enxergar melhor o lado bom de tudo que acontece. E ela se empolgou com essas lições e está bonito de ver suas conclusões sobre as coisas.

Por exemplo, outro dia no chuveiro, tomando banho com o papai e eu ali do lado com o irmãozinho dela no colo, conversando com eles...

Sofia, ao pegar seu sabonete preferido, viu que ele estava partido ao meio. Sua reação inicial foi querer chorar e reclamar, mas ela engoliu o choro, pensou bem e disse em meio a um sorriso sincero:

_ O lado bom é que ele se partiu em duas partes e eu posso ficar com uma e dar a outra pro papai. Nós dois vamos tomar banho com o mesmo sabonete!

Conclusão boa, pensei. As lições de Poliana tem dado certo, afinal...

Mais tarde, ainda refletindo sobre o lado bom das coisas, depois de estar calada por um tempo, Sofia exclama, feliz, mostrando um braço de cada vez:

_ O lado direito é o lado bom e o lado esquerdo é o lado ruim!

[Bem, minha princesa Sofia... podemos rir disso agora, mas outras lições terão que ser incluídas nas nossas aulinhas, rs].

Chega uma hora que tudo que se fala é registrado pelos nossos pequenos. E são casos e casos que agora acumulamos nesse sentido com nossa filha de 5 anos. Ela está uma 'esperteza' só, rs. Os casos mais engraçados, pra mim, são os mais singelos, de expressões que a gente usa e ela vai 'absorvendo' e adicionando ao vocabulário dela, como, por exemplo, hoje, ela dizia... "Nossa, mãe! Essa roupinha do meu irmãozinho está novinha 'em folha'."

Tudo quanto é expressão que percebo que ela  passou a usar na fala, pergunto: "Você sabe o que isso significa, Sofia?". Normalmente ela responde "não", rs. Aí eu tento explicar e ela adora as explicações, damos muitas risadas juntas.

Um caso qualquer como esse:

Quando vamos a BH, ficamos na casa dos tios/padrinhos de Sofia. O priminho de 2 anos ganhou uma cama nova e grande e Sofia foi convidada a dormir ali. Ela até aceitou, mas passou pra nossa cama no meio da noite. A vovó, na noite seguinte, querendo incentivar Sofia a dormir a noite toda ali, brincou:

_ Esta noite você não vai abandonar o barco, vai?

Ela ouviu aquilo, matutou, matutou, mas não disse nada. 

No dia seguinte, ao acordar, a primeira coisa que fez e disse, já querendo se divertir, foi ir até o quarto da tia, apontar pra cama dela e convidar todos nós:

_ Que tal hoje à noite dormirmos naquele barco? Ele é maior e vai caber eu, meu priminho, meu irmãozinho, vovó, Dedêi (a madrinha), tio Luis e até o papai e a mamãe!

Eu adoro o bom humor da minha pequena grande.

Sofia conversava com o papai sobre estar sentindo saudades da professora da escola que tinha sido substituída por outra porque teve que operar o pé:

_ Pai, eu e meus coleguinhas estamos sentindo saudades da tia Rita*. A tia Tina* é muito legal também, mas a gente tá com saudades da tia Rita.

_É, querida? A tia Rita teve que sair porque ficou doente, né?

_Não, pai! Ela saiu porque operou o pé.

_E você sabe o que é operar, Sofia?

_Não...

_Operar é costurar com uma agulha especial... igual quando a mamãe teve você e teve que costurar a barriguinha.

_Ah! Então eu sei! É igual a Emília! (ela se refere à Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo que é uma boneca e tem o corpo todo de retalhos coloridos costurados)....

Sofia está numa fase 'Emília'... quer que eu pinte seu rosto como o da boneca, quer vestir-se como ela, quer ver todos os filmes das séries brasileiras, etc, e em tudo quanto é conversa, de alguma forma, ela faz referência à sapeca Emília, comparando coisas que antes nem eu mesma tinha percebido. Adoro a perspicácia das crianças...

*mudei os nomes das tias, mas ambas são professoras super legais com as quais temos um carinho muito especial.

Sofia, em nossa prateleira de livros e DVDs, reconheceu, na capa de um dos filmes da nossa coleção, o Charles Chaplin (mais conhecido como Charlie Chaplin e que tem sua imagem estampada nas paredes de um restaurande de nome homônimo ao do artista e onde costumamos frequentar aqui na cidade onde moramos)  e perguntou:

_Esse é o Chaplin do cachorrinho?

E à nossa afirmativa e incentivo para ela assistir a um dos filminhos, ela aceitou e sentou-se ansiosa à frente da TV. Depois de alguns minutos do filme, achando algo estranho, perguntou:

_Ele não fala nada, pai?

_Não.

_Ele só fica assim 'quieto'?

Acabou que o filminho a empolgou e ela o assistiu todo ("Em busca do ouro") e depois, pedindo mais, assistiu à "Tempos modernos" (incorporei trechos clássicos dos dois logo abaixo). Acho que a 'quietude' toda dos filmes do Chaplin pode ser até mais animada que muitas produções por aí e, pelo visto, Sofia e sua fase falante dos 5 anos, também concorda comigo porque depois do 'susto' inicial ao assistir um filme quase mudo e em preto e branco, ela declarou ter adorado!

 Trecho de "Em busca do ouro":


Trecho de "Tempos modernos":