Autoconhecimento - um exercício para todos nós
O conhecimento de si não é algo fácil. Quem é que tem todas as respostas sobre si mesmo? Eu não. E um dos exercícios que mais me traz resultados no entendimento dos meus atos e na busca de me tornar uma pessoa melhor é a escrita. Escrevo. Escrevo quando estou triste, escrevo quando estou cabisbaixa, escrevo quando sou dominada pela felicidade, estado de espírito que mais gosto, escrevo até mesmo quando estou exausta, como agora, rs. Escrevo o tempo todo, todo o tempo, quando o tenho livre, claro. Apesar que a escrita hoje também me domina o tempo de trabalho. Faço o que mais gosto. Mas é no tempo livre que a escrita pelo autoconhecimento se interpõe. E hoje resolvi escrever por aqui o que costuma ser secreto, rs. Quem sabe assim eu consiga me transportar melhor para as páginas do blog. Quem sabe assim você entenda algo mais do porquê de eu manter esse espaço com tanto carinho, com tanta dedicação. Também eu busco tais respostas, principalmente naqueles momentos em que parece que o mundo trava e eu não dou conta de manter tudo como gostaria, vida pessoal, profissional, lazeres e amizades. Mergulhe nas palavras, se não achar demasiado, talvez a leitura te inspire a escrever sobre si mesmo também. Indico o exercício, pois faz um bem...
Meu nome é Talita. Ta - li - ta. Tem momentos em que olho pra mim no espelho e digo em voz alta meu nome. Ta - li -ta. Assim mesmo, sílaba por sílaba. Que nome estranho, costumo pensar. Combina comigo? Será? Muitos costumam trocar meu nome. Me chamam de Sofia. Sofia é minha filha. Claro que escolhi o nome dela porque me identifico. Temos mais a ver com o nome que damos aos nossos filhos que com o nosso próprio, afinal, são os deles que escolhemos, que nos tocam os corações. Mas claro que nosso próprio nome também diz muito sobre nós. Contam histórias boas ou ruins, sobre nós mesmos, sobre nossos pais. Respeito devemos aos nossos nomes, assim como a nossos pais. Mas é bom ter senso crítico, podemos ir além do que nosso nome nos propõe. Para alguns o apelido é uma saída. Não no meu caso. Raro me chamarem por apelidos, mas tem os 'Tatai' e os 'Tai' que me caem bem. E o Talita significa menina, algo bem minha cara.
Então Talita é meu nome. Meu Talita carrega uma história com alguns traumas superados, outros em 'tratamento'. Meus terapeutas são eu mesma, a escrita e meu marido, meu melhor amigo e alguém com uma super capacidade de análise, de bom senso, que me ajuda a sair das fossas quando eu sem querer (quem é que quer, não é mesmo?) caio nelas, rs. Juro que se não fosse ele, também precisaria de sessões de terapia de tempos em tempos, pois acho que todos precisamos dessa troca, de uma opinião analítica vindo de 'fora'. Quando estou na fossa, estou mal, muito mal. Não tenho autoestima muito alta (muito devido a fatos da infância), mas também não sou de me jogar pra baixo. Meus pensamentos são mais elevados e realistas. Se estou assim, sei que tenho que encontrar uma saída. E por vezes basta eu esquecer o passado e me concentrar no presente. Basta também presenciar por exemplo o sorriso da minha filha, agora também do meu filho, dos dois juntos melhor ainda. O do meu marido também me faz um bem! Há tempos não tenho fossa, pudera! Meus exercícios de autoconhecimento me trazem boas novidades sempre.
Cada dia mais me compreendo uma pessoa cheia de qualidades. Precisamos dar valor ao que temos de bom, de incrível! Temos muitas coisas incríveis, acredite! Somos amados muito por conta dessas nossas qualidades, então conhecê-las é dar valor a elas e não permitir que nenhuma fossa seja capaz de ocultá-las em nós, rs. Como conhecer nossas qualidades? Bem, esse é um ótimo exercício. Somos capazes de tanto no dia a dia, basta que nos analise. Qualidade é algo que gera alegria ou bons resultados. Se consigo fazer as obrigações me permitindo a alegria junto, isso é uma qualidade. Eu consigo, por exemplo, levar e buscar minha filha na escola, acompanhada do meu bebê. Isso faz a mim, a ele e à irmãzinha dele feliz. Isso é um bom resultado, uma qualidade. Me perguntam por que eu levo meu bebê comigo em tudo que faço, à escola da minha filha ou ao supermercado, por exemplo, já que eu tenho funcionária em casa e poderia, portanto, deixá-lo em casa com ela. Para mim, a felicidade maior é estar com meu marido e meus filhos e, se posso escolher estar com eles, porque escolheria deixá-los? Escolho levá-lo sempre comigo, assim como minha filha quando não está na escola, porque sou mais feliz assim. Isso é uma qualidade minha: encarar qualquer dificuldade em prol de estar com meus filhos, que me faz feliz e a eles mais ainda. E é assim que vamos nos analisando atrás de qualidades. E qualidade, lembrando, é aquilo que nos faz feliz e aos que estão à nossa volta. O que é qualidade pra mim pode não ser pra você. Um bom exemplo disso, ainda falando de filhos e me analisando também, é pensar em viagens. Se você quer viajar com seu marido sem seus filhos, será uma qualidade sua se você conseguir fazer isso feliz e deixando, com quem quer que seja, seus filhos felizes também. É uma qualidade sua conseguir tais resultados. Eu não tenho essa qualidade. Minha qualidade é viajar sempre com meu marido e meus filhos, pois só assim consigo bons resultados: ficar feliz e proporcionar momentos felizes a eles também. Deixar de viajar por causa deles, nunca! Ouvir isso de uma mãe e de um pai pra mim é antônimo de qualidade. Pois está incutido ali algo feio: cobrança futura sobre os filhos... 'deixei de viajar por vocês'. Qualidade é agir com bons resultados, nada de negativo no meio. Por isso não é fácil enxergar as qualidades em nós. No exemplo acima, uma mãe que deixa de viajar porque não tem com quem deixar o filho (não gosta de viajar com ele), só pode enxergar qualidade nisso se a decisão de ficar for equilibrada, ou seja, nunca havendo cobranças e substituindo a tal atividade que geraria momentos divertidos por outra também divertida tanto para si quanto para seu filho.
Como fiz acima, analisar outras situações, outras pessoas, também nos ajuda a compreender a nós mesmos. Se estamos no caminho certo, se estamos agindo com qualidade, enfim, a autoanálise e análise de outras situações gera conhecimento sobre nós mesmos. O importante é nos lembrar sempre que mesmo que com isso acabemos por perceber um defeito em nós, esse conhecimento por si só já é bom para que busquemos melhorar, mudar. A fossa muitas vezes está em nos deparar com nossos defeitos. Nossa grande atitude com isso, portanto, é de qualidade: encarar esses defeitos e buscar, com esforço, claro, sair da fossa, ou seja, transformar o defeito em qualidade, mudando a realidade que nos incomoda (o espelho de nossos defeitos, atitudes erradas, etc). Descobrir como mudar-nos para melhor é que é nosso grande trabalho e conquista no processo do autoconhecimento, pois quanto mais análises sobre nós mesmos fazemos, pelo menos acontece comigo, mais enxergamos boas saídas (de qualidade).
São tantos anos meus de exercício que hoje posso dizer que com isso, acredite, acumulei mais uma qualidade: enxergar mais fácil os caminhos do autoconhecimento, tendo consciência das minhas maiores dificuldades com a vida (meus grandes defeitos), mas também tendo consciência mais clara sobre como evitá-los em minha rotina, em minha história, usando e me esforçando para dar valor ao que tenho e gero de bom. Meus exercícios de autoconhecimento através da escrita chegam ao fim sempre com a sensação de que depois das palavras no papel, o pensamento tem que interiorizar tudo que de bom foi concluído, trançando metas de melhores atitudes, metas de melhores olhares sobre mim mesma. Quem quer que tenha concluído comigo essa leitura (gosto de reler sempre!), espero que tenha conseguido tirar algo de bom também. A leitura é outra coisa que me ajuda sempre na busca pelo autoconhecimento.
9 comments
Muito bom esse post e vc escreve super bem,adoro seus textos.
ResponderExcluirBjinhus
oi Talita, me identifiquei muito com seu texto, sou assim, mãe em período integral também, só sou completa com todos os meus por perto, meus filhos (2) e meu marido, mas até a distância de meu marido consigo suportar, claro a distancia que digo a de um dia de trabalho, uma possível hora extra ao final do dia, mas meus filhos ao ir buscá-los na escola já estou tomada pela saudade, a vontade de vê-los de saber o que tem pra me contar do período que estivemos longe, o que aprenderam, me traz muita felicidade. E assim por não conseguir estar longe deles de forma alguma, tenho problemas, meu marido tem necessidade de viagens e passeios só nós dois... o que não consigo, meus sogros me cobram dias para ficar com meus filhos, e eu fico assim, frustrada por não conseguir isso, triste só em pensar em deixá-los e desisto.
ResponderExcluirQuem sabe quando eles estiverem maiores, hoje um tem 7 e a outra 5 anos e cada minuto ao lado deles pra mim é importantíssimo.
Beijo pra vc, adorei seu têxto
pois então Talita muito nos completa este seu texto nós que pensamos assim "mães período integral que leva que ama estar junto"mais lá fora nos batemos de frente com um mundo tão maluco , e aí temos que ser forte ,
ResponderExcluirforte abraço
elisa
@Tami Fonseca
ResponderExcluirOi, Tami, obrigada! Que bom que gostou do texto. Beijos!
@shirlei
ResponderExcluirOi, Shirlei,
Com toda certeza um dia vocês conseguem conciliar momentos felizes de viagem, tanto com seus pequenos ou sozinhos. Sei que é difícil lidar com situações em que um gosta mais de viagens de casal e o outro já prefere viagens com os filhos. Nesse caso, acho que deve-se tentar fazer as duas coisas, mas pro coração de quem acha difícil ficar longe dos filhos (como o meu e o seu, rs), uma viagem pra perto de final de semana apenas é um bom teste pra ir acostumando nossos corações apertados. Uma coisa é certa: pra que o casal esteja sempre feliz, os dois tem que ceder à vontade do outro de vez em quando, né? Beijos e adorei saber que divide comigo essa forma de felicidade.
@Maysa
ResponderExcluirOi, Elisa,
Realmente não é fácil viver o mundo que vivemos, mas claro que ao encarar as dificuldades também temos que evitar perigos. Sou de ir e fazer apenas o que 'parece' seguro. Adorei sua ponderação nos comentários. É bom sempre nos lembrarmos disso. Beijos.
Talita também gosto de escrever como forma de autoconhecimento, isso me ajudou na epóca de adolescência, com as chamadas crises existenciais tão comuns naquela época. Agora na fase adulta perdi esse habito =(, mas quando a fossa bate prefiro desabafar com meu marido lindo que me ouve com toda a paciência do mundo. Sobre você se tornar mais intima de nós que gostamos tanto do seu espaço, sinto falta de você postar uma foto sua com sua família, adoraria ver o rostinho da Sofia, fico imaginando a quando vc posta sobre as historias dela, ela deve ser uma graça. Mas entendo de não querer expor sua familia. Abraço, Tatiane.
ResponderExcluirAs vezes eu ainda escrevo de vez em quando, mas nada como era na minha adolescencia, que escrevia tudo e, era uma importante forma de me conhecer e reavaliar algumas atitudes.
ResponderExcluirbeijos
http://meucantinhos.blogspot.com.br/
Adoro o MAPA ASTRAL como ferramenta de autoconhecimento.
ResponderExcluirTemos o poder de escolher fazer com amor, todo dia! Por favor, entre em contato comigo através do canal YouTube.com/@talitacavalcante